24/07/2019



Momentos



Numa bela tarde,
a caminho de casa, fui surpreendida, bem, por dois jovens de colete verde alface.

Paravam o trânsito, por breves instantes, conforme informavam.
Assustada, tranquei o carro.

Esperei segundos. 
Em breves instantes, conforme tinham dito,
passaram velozes centenas de ovelhas de vários tons e tamanhos.
O pastor assobiava orientando os cães.

Atravessaram a estrada, assustadas, num susto, sentimento, reconhecido e habitual. 
No outro lado, no pasto seco e crocante, soltaram-se numa sonora e deslumbrante liberdade.

Emocionei-me. 
Quando me mandaram avançar, apetecia-me ficar.

Pelo caminho, fui digerindo a imagem retida.
Por vezes, sinto-me ovelha, presa, sem vedação, sem pastor, sem cão, com momentos de deslumbrante liberdade.