23/01/2017



Espalhando migalhas


As vizinhas não costumam gostar que sacuda as migalhas para o pátio do prédio.
Pouco me importa.
Levanto-me mais cedo do que elas.
Quando não sabem até adoram.
Tenho um encontro marcado com os pardais das redondezas.
Pé ante pé, sem fazer barulho, eles sabem que, àquela hora, vou estar por ali.
O seu chilrear é quase silencioso, não podemos dar nas vistas.
As migalhas caem, olham para cima, fitam-me radiantes, batem as asas, agradecem, confiam.
Um relacionamento, assim, é quase perfeito.